Resenhas

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    Para que não seja esquecido

    Sabe aquela história que chega de mansinho, como quem não quer nada, e ganha totalmente seu coração? Pois é sobre um livro assim que vamos conversar hoje… Para que não seja esquecido é um livro escrito a quatro mãos. Peter Anton, um austríaco radicado no Brasil desde 1954, resolveu contar sua história de vida e escolheu Kelly Oliveira Barbosa para escrevê-la. Entre 2017 e 2018, Kelly se dedicou a registrar a narração oral de Peter e, se valendo de fotos e documentos, construiu o texto belíssimo que encontraremos nesse pequeno volume de pouco mais de 150 páginas, mas que reverbera em nós por muito tempo. Mas o que tem de…

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    O Apanhador no Campo de Centeio

    Hoje nós vamos conversar sobre a história de um menino que não entende por que o mundo é como é… Mas, afinal, quem entende? Holden Caulfield é um jovem de 16 anos que acabou de ser expulso de mais um colégio e tem até a próxima quarta-feira para contar a novidade para seus pais. Julgando não ter mais nada a perder, ele abandona o alojamento em que vivia naquele mesmo dia e decide se aventurar por Nova Iorque afora antes de ir pra casa enfrentar as consequências da expulsão. Assim, nosso garoto-problema se hospeda em um hotel e nos conta o que fez naqueles dias de completa liberdade. Muito se…

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    O Grande Mentecapto

    Aos 23 anos, Fernando Sabino começou a escrever uma história sobre as andanças de um indivíduo, mas acabou deixando pra lá ao se envolver com outros projetos. Passados 33 anos, ele resolveu retomar a escrita da obra e a finalizou em apenas 17 dias. Assim nasceu O Grande Mentecapto, em 1979, apresentando aos leitores o icônico Viramundo e fazendo uma bela homenagem à Minas Gerais. A narrativa, que se trata de um romance de formação, começa com Geraldo Boaventura ainda menino, nascido em Rio Acima, filho de um português com uma italiana, caçula de 13 irmãos. Ele não era uma criança popular, mas uma travessura – muito perigosa – faz…

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    Nós

    Publicado em 1924, nos EUA, depois de ser proibido no país de origem do autor do autor Ievguêni Zamiátin, a então União Soviética, Nós é a distopia que inspirou outras grandes obras do gênero como 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. A obra só foi publicada na Rússia em 1988, mais de 50 anos após a morte de Zamiátin. Ambientada num futuro onde o planeta é controlado por um único governo, chamado Estado Único, a narrativa apresenta uma sociedade sem a mínima noção de individualidade e privacidade, na qual a população cumpre atividades preestabelecidas e têm horário para absolutamente tudo, desde o trabalho até o…

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    O Oitavo Anão

    Pare tudo o que você está fazendo e escute essa história… Branca de Neve é uma megera. Sim, aquela moça delicada e bondosa que a Disney nos apresentou não é bem verdade. E tem mais: não eram sete anões, mas sim oito, só que a princesa gostava mais do número ímpar e por isso o oitavo anão foi banido, indo viver numa floresta encantada onde os animais não respeitam a cadeia alimentar e, ainda por cima, falam. Essa é a história que Alessandra Rubim nos apresenta em seu promissor primeiro romance infantojuvenil. Além de uma escrita fluida e eficaz, o reconto de Branca de Neve apresenta um texto criativo, engraçado…

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    Vulgo Grace

    Em 1843, Grace Marks foi condenada à morte por ter auxiliado no assassinato de seu patrão, Thomas Kinnear, e da governanta da casa onde trabalhava, Nancy Montgomery. Porém, sua pena foi comutada em prisão perpétua e ela viveu anos de sua vida entre a penitenciária comum e o manicômio. Até hoje há os que duvidam que Grace realmente tenha participado do crime e em 1996 Margaret Atwood resolveu transformar essa história em um romance chamado Alias Grace – ou Vulgo Grace, no português -, o qual foi adaptado para uma série da Netflix em 2017. Foi esse livro que escolhi para cumprir o primeiro tema do desafio Mais Uma Página,…

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    Vida Incerta em Linhas Tortas

    O primeiro romance publicado de Jeferson Leandro Milani é a prova de que a literatura contemporânea brasileira conta com enormes talentos a serem descobertos. A obra mostra todo o esmero de alguém que demorou 13 anos lapidando a história de um homem que sequer nome tem, mas que influencia a vida de várias outras pessoas aparentemente “mais relevantes” que ele. Logo no início somos apresentados ao “anônimo”, o tal personagem desimportante (será?), que desde criança vive uma existência miserável. Quando uma tragédia acontece ele é completamente isolado do mundo, o que leva o autor a traçar um interessante paralelo com o “bom selvagem” de Rousseau. E já aí o leitor…