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    A Abadia de Northanger

    Apesar de ter sido uma das primeiras obras escrita por Jane Austen, A Abadia de Northanger só foi publicada em dezembro de 1817, cinco meses após a morte da autora. Isso, de certa forma, justifica a diferença considerável entre essa narrativa e as dos outros romances da inglesa. O cenário escolhido para a história é Bath, um balneário inglês para onde a protagonista, Catherine Morland, viaja com um casal de amigos. A mocinha desse romance é descrita como uma jovem de aparência normal – nem muito feia, nem muito bela -, membro de uma família que podemos considerar de classe média e que logo mostra seu interesse pela leitura, sobretudo…

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    Emma

    Quando Jane Austen escreveu Emma, tinha em mente construir uma protagonista a qual apenas ela gostasse. Infelizmente – ou felizmente -, preciso dizer que a inglesa falhou miseravelmente nessa missão pois muitos leitores mundo afora simpatizam com a garota bonita, inteligente e rica que protagoniza e empresta seu nome à essa história, e eu sou uma dessas pessoas. A obra é uma comédia de costumes publicada em 1815 e, assim como as outras obras da autora, foca na sociedade provinciana do período georgiano. Esse é, inclusive, um equivoco comum quando falamos em Jane Austen e aqui vale abrir um parênteses para esclarecer que Jane Austen fez parte da Era Georgiana,…

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    Mansfield Park

    Publicado em 1814, Mansfield Park talvez seja das obras de Jane Austen a que mais transparece sua famosa ironia. Por baixo da camada de bondade e civilidade dos personagens desse romance de costumes, o leitor encontra pessoas extremamente reais e muito pouco cativantes. Mesmo assim a autora consegue não só nos prender em sua história, como também nos provocar os mais diversos sentimentos. As senhoras Bertram, Norris e Price eram três irmãs que fizeram casamentos bastante diferentes. A sra. Bertram casou-se com Thomas, um homem rico que a elevou a um status superior ao das irmãs; a sra. Norris uniu-se a um pastor que não tinha posses mas ganhou alguns…

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    Senhor das Moscas

    Um grupo de crianças, mais precisamente meninos, vivendo sozinhos em uma ilha deserta depois que o avião que os transportava caiu – ou fez um pouco forçado, isso não fica claro na narrativa – e nenhum adulto sobreviveu. A época era a da Segunda Guerra Mundial e a história pode ser vista tanto como um espelho da condição humana, inclusive com reflexos na própria guerra, quanto como uma alegoria bíblica. Claro que também é possível ler apenas como uma história de aventura, mas aí você vai desperdiçar reflexões capazes de te transformar, além de ser um desrespeito com William Golding. Vencedor do Nobel de Literatura em 1983, mas publicado originalmente…

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    O Vale do Medo

    Escrito por Sir Arthur Conan Doyle em 1915, O Vale do Medo é o último dos quatro romances que trazem como protagonista o detetive Sherlock Holmes, e talvez seja o mais brilhante deles. Nesse caso, Sherlock é chamado para investigar a morte de um homem que vivia isolado com sua esposa e pouquíssimos funcionários. O corpo foi encontrado com o rosto completamente desfigurado dentro de sua própria casa que, por sinal, era uma fortificação antiga de difícil acesso, inclusive tendo um fosso ao redor da propriedade. A exemplo de Um Estudo em Vermelho, primeiro romance do personagem, O Vale do Medo também é dividido em duas partes, sendo que a…

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    Admirável Mundo Novo

    Admirável Mundo Novo é um clássico distópico escrito por Aldous Huxley em 1932, cuja narrativa gira em torno de uma sociedade futurista (cerca do ano 2540) completamente alheia a qualquer laço afetivo. Não existe mais casamento nem o conceito de fidelidade, pelo contrário, as relações superficiais e até promíscuas são incentivadas. As pessoas são criadas em laboratório e a simples menção à palavra “mãe” é uma afronta ao sistema. E como não poderia deixar de ser, todas as religiões foram extintas, restando apenas o culto a Ford, o grande mentor daquela sociedade. Os habitantes desse lugar têm a ilusão de estarem completamente satisfeitos com sua posição social, contudo, essa capa…

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    A Senhora de Wildfell Hall

    A Senhora de Wildfell Hall foi escrito pela mais nova das irmãs Brontë, Anne, em 1848. No Brasil, a obra já foi publicada com outros dois títulos: A Inquilina de Wildfell Hall, pela Pedrazul; e A Moradora de Wildfell Hall, pela Landmark. A edição da Record, última a sair no mercado traz o texto integral traduzido por Julia Romeu. Mas se a iniciativa de apresentar o texto integral foi o grande acerto da editora, um pequeno equívoco fica a cargo da tradução, que apesar de fluida e ágil, parece muito moderna para um texto do século XIX. Obviamente, esse fato não descarta a magia de mergulhar em mais uma obra…