Literatura descomplicada

Naturalismo

Inserido no mesmo contexto histórico que o Realismo (segunda metade do século XIX), o Naturalismo compartilha de algumas de suas características como a verossimilhança, a análise psicológica, o universalismo, a objetividade, a racionalidade e o descritivismo.

Contudo, as produções literárias desse movimento também possuem suas próprias características como a presença de personagens tipo, que são construções estereotipadas, e de um romance tese, aquele onde cada acontecimento tem um objetivo definido dentro da história (inclusive o fato de os personagens serem estereotipados).
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Outro ponto é que correntes como o determinismo, positivismo e darwinismo ganharam espaço na sociedade da época, o que acabou por ser refletido na literatura. A produção literária naturalista se ocupava numa visão científica do homem, construindo textos impessoais e usando a linguagem coloquial. Nesse período há uma preferência por temas mais obscuros como a miséria, o crime, o adultério, as perversões sexuais e os mais variados tipos de patologias e problemas sociais.
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O marco do Naturalismo foi a publicação de O Mulato, de Aluísio Azevedo, em 1881. Notem que foi no mesmo ano da publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, quando Machado de Assis inaugurou o Realismo. Como destacado no início dessa postagem, essas escolas ocorreram concomitantemente, assim como o Parnasianismo, movimento literário que também veremos aqui no projeto Literatura Descomplicada.
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Apesar de O Mulato ter inaugurado o Naturalismo, o grande romance de Aluísio Azevedo foi O Cortiço. Além dele, podemos citar como nomes importantes dessa escola literária Adolfo Caminha (Bom Crioulo), Inglês de Souza (O Missionário), Adherbal de Carvalho (A Noiva) e o escritor de O Ateneu, Raul Pompeia, cuja obra transita entre o Naturalismo, Impressionismo* e Realismo.
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*O Impressionismo foi uma tendência na pintura e na música a partir do final do século XIX, cuja denominação passou a ser utilizada na literatura pelos irmãos Edmond e Jules de Goncourt para designar um tipo de “escrita artística” que buscava passar ao leitor a sensação exata daquilo que estava sendo descrito no texto.
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Tendo o francês Émile Zola como principal influência externa, o Naturalismo produziu seu legado até o final do século XIX, quando despontava o Simbolismo, outra importante escola literária brasileira. Contudo, antes de passarmos à ela, no próximo post do Literatura Descomplicada iremos conhecer um pouco melhor a última escola concomitante ao Realismo e Naturalismo, o Parnasianismo.
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Espero que estejam gostando do projeto! Quaisquer dúvidas ou sugestões, é só deixar nos comentários logo abaixo.
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Veja também os posts anteriores do projeto Literatura Descomplicada:
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