Resenhas

Prisioneiros do Inverno

Há anos um mistério assombra a fria cidade de West Hall. Depois de perder tragicamente sua pequena Gertie, Sara Harrison Shea fica inconsolável, beirando à insanidade. Contudo, ela acaba enxergando uma luz no fim do túnel ao descobrir um velho ritual que traz os mortos de volta à vida por 7 dias. Só o que Sara pensa é em como seria maravilhoso ter mais um tempo com sua filha, pelo menos o bastante para se despedir, pois nem a isso elas tiveram direito.

Anos mais tarde, Ruthie volta para casa depois de uma fugidinha com o namorado e percebe que sua mãe, Alice, desapareceu. Assim, a garota que nunca teve grandes responsabilidades na vida, precisa lidar com essa situação além de cuidar de sua irmã mais nova, Fawn, que está com febre. Em meio a chás e Tylenol, as duas irmãs passam a vasculhar a casa em busca de pistas sobre o que pode ter acontecido à Alice, quando acabam descobrindo um estranho diário contando a vida de uma mulher chamada Sara Harrison Shea, que parece ter morado naquela casa.

Simultaneamente às descobertas das garotas, West Hall ganha uma nova moradora: Katherine, uma mulher que se equilibra entre o luto pela morte do marido e a decepção por descobrir que ele andava mentindo. E como aquela cidade havia sido o último lugar onde ele esteve, Katherine decidiu se mudar para lá a fim de descobrir os segredos que o marido levou para o túmulo.

E é aí, então, que as vidas dessas três mulheres completamente diferentes em si, se entrelaçam.

Prisioneiros do Inverno, lançado em 2015, mostra a competência de Jennifer McMahon ao criar um suspense que prende o leitor e traduz perfeitamente o clima dos filmes clássicos desse gênero: você fica o tempo inteiro com a impressão que tem alguém à espreita. A narrativa apresenta fatos acontecidos em dois tempos diferentes, passado e presente, sendo o primeiro relatado através do diário de Sara e da narrativa de Martin, seu marido. Já o presente fica à cargo das garotas em busca da mãe e da mulher em busca de explicações sobre as mentiras do marido.

Em um primeiro momento, os personagens parecem um tantos superficiais ou mesmo rotulados. Ruthie, por exemplo, é apresentada como a típica adolescente rebelde que vê toda a responsabilidade cair sobre si, contudo, no decorrer da história tanto ela quanto os outros personagens vão ganhando novos contornos e até uma certa profundidade. O esforço de Katherine na luta contra seus traumas e o desespero de Sara pela perda da filha são palpáveis e ilustram essa evolução nas personalidades retratadas na narrativa de Jennifer.

É certo que os acontecimentos do passado são mais interessantes que os do presente, entretanto, como as respostas esperadas pelo leitor estão atreladas à esses dois períodos na mesma medida, a leitura se equilibra de forma agradável.  É uma história focada no mistério, em primeiro lugar, mas em uma análise mais profunda, é também sobre a degradação de pessoas e as consequências de nossas escolhas. Temas como a loucura, o amor e a vingança, ajudam a guiar a história e instigam a curiosidade do leitor.

Prisioneiros do Inverno traz uma história bem amarrada contada através de uma narrativa fluida e instigante. É um livro que, em detrimento da atmosfera trágica e sobrenatural, se mostra uma leitura rápida e agradável, ideal para aqueles momentos onde você quer se distrair lendo algo bem escrito mas sem a complexidade dos grandes clássicos.

Autora: Jennifer McMahon
Editora: Record
Nota: 4/5

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