Resenhas

O Cão dos Baskerville

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Mais popular entre as populares histórias de Sherlock Holmes, O Cão dos Baskerville foi publicado como folhetim entre os anos de 1901 e 1902. Em 1902 foi compilado na forma do romance que conhecemos hoje, o qual mostra Conan Doyle em sua melhor forma.
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Nitidamente inspirada nos romances góticos do final do século XVIII, a trama aponta o sobrenatural como suposta causa das mortes que vitimaram quase todos os membros da família Baskerville, da qual só sobrou um representante, Henry Baskerville. E é quando ele chega para tomar posse da herança deixada pelo tio que um de seus amigos procura Holmes para tentar evitar o extermínio da família.
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A lenda conta que um misterioso animal parecido com um gigantesco cão negro que solta fogo pelas ventas os persegue desde a época de Hugo Baskerville, um homem desprezível que teria sido amaldiçoado pela sua crueldade. Desde então, moradores da região relatam ouvir uivos agonizantes e até já terem visto o cão demoníaco.
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Como não poderia deixar de ser, Holmes logo se interessa pelo caso mas pede para que Watson acompanhe Sir Henry até a mansão dos Baskerville e inicie a investigação até que ele termine um outro trabalho. Assim, o leitor passa a ter a companhia do médico na maior parte do tempo, sendo esta a história que Sherlock tem a menor participação. Menor, mas extremamente relevante.
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Como Conan Doyle foi um dos precursores do romance policial, a estrutura de suas histórias preza mais pelo desenvolvimento da trama em detrimento à descoberta do assassino, o que o diferencia dos thrillers que surgiram a partir do século XX, como as obras de Agatha Christie, por exemplo. Assim,o responsável pela morte de Sir Charles é descoberto na metade do livro contudo o mistério sobre o cão fantasmagórico permanece até o final.
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Em uma jogada de mestre, Arthur Conan Doyle utiliza os elementos da natureza para expressar sentimentos e emoções, como quando, já próximo do desfecho, a névoa se aproxima perigosamente como uma analogia à atmosfera de medo que circundava os personagens. A solução do caso é, de fato, assustadora, e independente de ter ou não ligação com o sobrenatural deixa o leitor com a sensação de estar terminando um bom suspense, recheado com técnicas eficientes de terror psicológico e aventura. Mistura que, aliás, não poderia dar errado.
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A edição da HarperCollins traz também a antologia Memórias de Sherlock Holmes e é o segundo volume de um box contendo a obra completa das histórias de Sherlock Holmes. A tradução ficou a cargo de .
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Sherlock Holmes ultrapassou o limite das páginas escritas, ganhou o cinema, a televisão e o imaginário das pessoas sendo um dos maiores personagens da literatura mundial. Mesmo quem nunca leu nenhum de suas histórias o conhece. Há pessoas que, inclusive, confundem ficção e realidade acreditando piamente que Holmes realmente existiu.
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De certa forma, não estão errados. Sherlock Holmes existe ainda hoje no coração de incontáveis leitores e existe nas páginas magistralmente escritas por Arthur Conan Doyle, pra sempre um dos maiores tesouros da literatura.
Autor: Arthur Conan Doyle
Editora: Harper Collins
Nota: 5/5

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