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7 autores que conheci em 2017

No último post de 2017 fiz uma retrospectiva falando, entre outras coisas, sobre o quanto esse ano foi de descobertas para mim enquanto leitora. Dentre autores cultuados que já despertavam meu interesse há muito, descobri alguns que se mostraram gratas surpresas enquanto outros foram um tanto quanto decepcionantes. Mas o que importa é que tive meu primeiro contato com muitos escritores importantes para a história da literatura e que eu, até então, só conhecia superficialmente.
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Hoje vim contar pra vocês quais foram as minhas 7 grandes descobertas do ano e qual foi a impressão que cada um me causou.
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1. Fiódor Dostoiévski
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Sinto que não há palavras suficientes para descrever a grandeza do russo Fiódor Dostoiévski. Li apenas um romance e alguns contos de sua autoria, por enquanto, mas já foi o suficiente para me apaixonar e compreender – e concordar – com todo o fascínio que ele desperta. Dostoiévski apresenta um texto cru mas que tem o poder de causar as mais diversas sensações. Pode parecer um pouco mais difícil à primeira vista, mas a partir do momento que você se acostuma com a narrativa truncada do autor, a leitura flui e te deixa maravilhado.
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2. Jorge Amado
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Se Dostô pode ser considerado minha melhor descoberta do ano, Jorge Amado foi a pior decepção. Talvez eu tenha errado em nutrir altas expectativas sobre o autor graças a tantas críticas positivas que ouvi, ou talvez apenas não me identifiquei com o tipo de texto que ele propõe. A mim, Capitães da Areia, que foi o livro que li, pareceu quase um panfleto político, coisa que eu não gosto de encontrar na literatura. Claro que quero que os livros me façam refletir, mas no caso do escritor brasileiro tive a impressão que sua narrativa pretende impor sua ideologia como a única e a correta. Não gosto disso, gosto de pensar sozinha, sem ninguém tentando direcionar minhas conclusões.
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3. Vladimir Nabokov
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Nabokov é, talvez, o responsável pela escrita mais bonita com que me deparei até hoje. Não é à toa que o início de Lolita, que foi a obra que li, é considerado um dos começos de livro mais belos da literatura. Incrível como até para falar sobre um assunto tão delicado e triste quanto a pedofilia, ele consegue presentear o leitor com um texto poético e, acima de tudo, persuasivo, onde, quando percebemos, estamos compadecidos pelo vilão. Mal posso esperar para ler outras obras dele.
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4. Bram Stoker
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Finalmente li Drácula e finalmente conheci a escrita do famoso Bram Stoker. E amei. Stoker tem uma forma muito peculiar de mesclar momentos calmos e emocionantes durante seu texto, e isso foi o que mais prendeu minha atenção durante a leitura. Além de Drácula também li um conto do autor, e gostei tanto dele quanto do romance. É o tipo de clássico que parece um contemporâneo, sabe? Enfim, não sei se ficou claro mas não consigo definir Stoker de outra forma.
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5. Henry James
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Acompanho o canal da Claire Scorzi (inclusive, recomendo demais) e foi lá que ouvi falar mais a fundo sobre Henry James. Como confio cegamente em tudo o que ela fala, fiquei curiosa para ler algo do autor, até que, no mês do horror, li A Outra Volta do Parafuso e achei genial. Sua escrita não é nada óbvia nem caricata. Ao contrário. Ele me pareceu um autor de forte personalidade e muita competência. Também li um conto do autor e a impressão foi a mesma: texto fluido e inteligente, do jeito que conquista qualquer leitor.
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6. Mary Shelley
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Só agora percebi o quanto esse mês do horror rendeu! Mary Shelley foi outra que li em outubro e outra por quem me apaixonei. Frankenstein é totalmente diferente do que eu esperava, muito mais profundo, inteligente, reflexivo. Muito melhor. Já tinha achado a escrita de Shelley uma delícia, o que se confirmou depois que li outros contos dela. Com certeza pretendo ler tudo o que puder de autoria dessa mulher incrível, cuja força e vanguarda são inspiradoras.
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7. Umberto Eco
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Por fim, aquele que eu considero meu pior fracasso do ano. Li O Nome da Rosa, de Umberto Eco, e não consegui gostar, mesmo fazendo muita força pra isso. Eu queria gostar. Na verdade, eu tinha tudo pra gostar. Mas não gostei e fiquei muito chateada por isso, até duvidei da minha inteligência. Achei o texto arrastado, monótono e sem grandes atrativos. Cheguei a pensar que, se eu não estava gostando, é porque não estava entendendo. Entretanto essa crise passou e hoje eu compreendi que apenas não me identifiquei com aquela narrativa. Mas sem dúvida tentarei outros livros de Eco. Aguardem.

 

10 Comentários

  • El Costa

    Milly! Você voltou 🙂
    Só fui ver agora que consegui entrar no meu blog com calma, vi o comentário lá e vim correndo ver. Amei demais.
    Quanto ao post, eu já conhecia o Bram e a Mary Shelley, e em 2017 também tive meu primeiro contato com Dostoiévski, mas foi com a obra O Jogador.

    Bom, assim como você, espero conseguir voltar também.
    Beijos!

  • Ozzy Bertinelli

    Aaah que bacana, eu não sabia que a edição da DarkSide tinha esses contos, agora fiquei com mais vontade ainda, é tão difícil achar o material que a Mary escreveu. Obrigado por avisar :3

  • Michelly Santos

    Oi Rudi!
    Será que o problema é o Eco então, e não eu?! kkkkkk
    Acabei de ler O Capote e outras Histórias e gostei bastante, apesar de ter dado só três estrelas. Mas tô preparando uma resenha onde vou justificar essa classificação.
    Beijos!

  • Michelly Santos

    Oi Ozzy!
    Eu acredito que Dostoiévski é um autor pra se ler quando a gente já tem uma determinada bagagem literária porque o texto é realmente mais complexo. Tomara que sua releitura dele seja incrível dessa vez!
    Recentemente li um livro com trechos dos romances mais importantes de Jorge Amado e nem achei tão ruim. Mesmo assim não consigo achar o autor essa coisa toda. Pra mim existem outros muito superiores à ele, mas, claro, é só minha opinião pessoal.
    O narrador de Lolita é nojento mesmo, mas a narrativa de Nabokov confundiu minhas emoções sobre ele em determinados momentos graças ao seu jeito poético de escrever. Mas é certo que HH é um pedófilo babaca,pra não usar um termo mais grosseiro aqui.
    A edição de Frankenstein da Darkside é linda mesmo, e ainda tem 4 contos de Mary Shelley. Mas confesso que na época fiquei em dúvida entre ela e a edição da Zahar, que parece ser linda também. Ainda pretendo comprar essa também.
    O Nome da Rosa não é fácil mesmo não, inclusive tem muitas partes em latim que não foram traduzidas. Eu até tentei traduzir o começo, mas tinha que parar tanto a leitura pra fazer a tradução que acabei desistindo e meio que pulando essas partes. É feio admitir isso mas mentir é mais feio ainda… kkkkkkkkk
    Beijos!

  • Michelly Santos

    Oi Dafne!
    Quero ler a obra completa de Dostoiévski, mas Irmãos Karamázov é um dos que mais quero. Tomara que a história funcione pra mim.
    Não conhecia Francine Rivers, mas fui pesquisar agora e parece que os livros dela são bem sentimentais. Depois vou ler mais sobre cada obra, quem sabe ela entra na minha lista do ano que vem, né?! Obrigada pela dica!
    Beijos!

  • Dafne Antunes

    Olá!!

    Me senti com Dostoiéviski do mesmo jeito que você se sentiu com Umberto Eco… Também (!!), fui começar por "Irmãos Karamázov"!! Ainda vou "dar uma segunda chance" ao nobre russo e ler outro livro dele. Estou de olho em "O Jogador".
    Este ano conheci Francine Rivers e me apaixonei pela escrita dela!

    Boas leituras!!

    Dafne
    sonhos-e-suspiros.blogspot.com.br

  • Ozzy Bertinelli

    Ola,
    Dostoievski é um autor que tentei ler na época de Ensino Médio, mas que não funcionou para mim naquela época, coloquei 'Crime e Castigo' esse ano na minha lista para dar outra chance, já que muita coisa mudou do meu gosto literário, e até mesmo da minha forma de ver as coisas desde aquela época.
    Realmente, se tem algum autor brasileiro muito hypado esse autor é Jorge Amado, ele vai ser minha leitura de fevereiro para o seu projeto Brasil Literário, eu comecei a ler ele em 2017, mas larguei, e não sei nem explicar o por que, estava lendo mais de um livro na época e acabei deixando ele de lado, vou tentar de novo conhecê-lo esse ano.
    Nabokov é outro que figura na minha lista de 2018, eu tenho Lolita, li até a página 80 em 2017, mas SENHOR COMO EU TENHO NOJO DESSE NARRADOR, sério, eu larguei por que não tava conseguindo ficar preso na mente dele, espero que consiga termina-lo esse ano.
    Bram Stoker foi uma decepção para mim, esperava muito mais de Drácula, mas é uma releitura que tenho vontade de fazer, por que tenho a impressão que essa história pode funcionar para o meu eu de hoje.
    Henry James é um autor que ouço muita gente falar sobre, tenho A Outra Volta do Parafuso aqui em casa naquela edição da Abril, pretendo lê-lo assim que possível, sei que ele é um autor meio 8 ou 80, muitos amam, muitos odeiam, espero gostar <3
    Eu sei que já disse isso em outros posts do seu blog mas FRANKENSTEIN É O MELHOR LIVRO DE HORROR CLÁSSICO E QUEM DISSER O CONTRÁRIO EU MATO (brincadeira), mas Mary Shelley é incrível, esse livro é maravilhoso, e eu rasgo toda seda do mundo por ele, to cobiçando bastante essa edição da Darkside para minha próxima releitura.
    O Nome da Rosa é um livro que tenho uma certa curiosidade em ler, mas estou adiando por que tenho a impressão de que é uma leitura que vai me dar um trabalhinho de fazer, e ainda mais por que já sei o final (estudei o livro na escola em duas matérias diferentes e no meio desse estudo comentamos o final do livro), é uma leitura que com certeza vou fazer no futuro, só não sei quando. Eu entendo seu sentimento de "se eu não estava gostando, é porque não estava entendendo. " já passei por isso antes.
    xoxo

    Planeta 94

  • Rudi

    Oi Milly,
    Adivinha quem nunca leu nenhum desses o/
    Na verdade comecei a ler Número Zero do Umberto Eco, mas acabei abandonando antes da página 100
    Dos autores que mais gostei de conhecer em 2017 destaco Jhumpa Lahiri, Joseph Conrad, Nikolai Gógol, Ferenc Molnár e A. W. Tozer. Achei importante ter conhecido a escrita da Clarisse também, mas não sei, até hoje, se gostei realmente do livro que li dela kkk

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