10 melhores leituras de 2018

Feliz ano novo!

E não há maneira melhor de começar 2019 senão relembrando os melhores livros do ano que acabou de acabar. Para fazer minha lista levei em conta não só as notas que dei para cada leitura mas também a importância que aquele livro teve para mim.

Ah, e não incluí os sensacionais Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, O Cão dos Baskerville, Admirável Mundo Novo e Harry Potter porque optei por não considerar releituras para essa seleção (tanto porque, se considerasse, metade dela seria de releituras).

Assim, cheguei aos 10 títulos que mereceram destaque no meu 2018, os quais recomendo muito a leitura. Eles estão organizados na ordem em que foram lidos e não de preferência, ok?! Então vamos lá!

1. O Conto da Aia, Margaret Atwood

O primeiro livro lido em 2018 foi também um dos melhores. A história de Atwood é ambientada em uma sociedade teocrática com regras extremamente rígidas, sobretudo no que diz respeito às mulheres. A obra, escrita em 1985, voltou aos holofotes ao ser adaptada para uma série, que inclusive foi sucesso de público e crítica. A narrativa do livro é feita através do fluxo de consciência da aia Offred, uma mulher cuja função é procriar. Mas você só vai entender o impacto que essa obra causa depois da leitura, portanto, faça isso.

Leia a resenha de O Conto da Aia.

2. O Capote e outras histórias, Nikolai Gógol

E olha como 2018 começou com tudo: O Capote foi a segunda leitura do ano e também está entre as melhores! Essa antologia traz cinco histórias do mestre russo, três delas narram a vida na cidade e duas retratam o misticismo do campo. Particularmente gostei mais das três primeiras, o que não quer dizer que as duas últimas foram ruins. Não foram, de forma alguma, são inclusive todas geniais, muito divertidas e com aquele quê do dramatismo russo que a gente adora.

Leia a resenha de O Capote e outras histórias.

3. A Festa do Bode, Mario Vargas Llosa

Esse foi, sem dúvidas, o melhor livro do ano. Há muito eu queria ler algo de Llosa, mas não sabia por onde começar. Foi aí que me deparei com essa capa na Amazon, achei a sinopse muito interessante, sobretudo porque vi que a narrativa tratava de conflitos políticos, e comprei sem saber muito bem o que esperar. A Festa do Bode fala, de forma romanceada e através de três pontos de vista, sobre os anos em que a República Dominicana viveu sob o domínio do ditador Trujillo. É um livro que te hipnotiza do começo ao fim, simplesmente maravilhoso.

Leia a resenha de A Festa do Bode.

4. It, a Coisa, Stephen King

Eis que cumpri a promessa que faço há tanto tempo de ler esse calhamaço de King, e valeu cada página. Apesar do tamanho monstruoso, It é um livro rápido devido à fluidez do texto e à curiosidade que ficamos para saber o que vem a seguir. É ambientado em Derry e foca numa presença assassina misteriosa, cujas vítimas são de preferência crianças. Os sete protagonistas nos levam numa viagem macabra entre passado e presente, quando já estão adultos e voltam para enfrentar a Coisa pela segunda vez. Com certeza, é o melhor livro do autor que li até agora.

Leia a resenha de It,a Coisa.

5. O Cavaleiro dos Sete Reinos, George R. R. Martin

Enquanto o tão aguardado Os Ventos do Inverno não chega, vou me distraindo com outras obras escritas ou organizadas por Martin. Essa é uma coletânea de três contos que nos levam direto para Westeros,  cem anos antes dos acontecimento da saga de Gelo e Fogo (adaptada para uma das séries mais bem sucedidas dos últimos tempos, Game of Thrones). Mas não se preocupe caso você não tenha lido essa saga (deveria…) porque os contos são independentes, sendo que algumas referências não atrapalham o entendimento, servindo apenas como um presente aos velhos fãs da história do Trono de Ferro. É ótimo para quem já gosta do autor e também uma excelente opção para quem quer conhecer sua escrita.

Leia a resenha de O Cavaleiro dos Sete Reinos.

6. Quincas Borba, Machado de Assis

Machado é um de meus autores preferidos e um dos brasileiros que mais admiro e tenho como exemplo. Sou super fã de seus livros mas Quincas Borba ganhou o topo do pódio. A obra trata dos caminhos de um homem rumo à sua derrocada, inicialmente ambientado na cidade de Barbacena, em Minas, cidade onde nasci e pra onde pretendo voltar um dia. E aí está um dos motivos pelos quais essa história é tão especial para mim.

Leia a resenha de Quincas Borba.

7. Os Buddenbrook, Thomas Mann

Publicado em 1901, esse livro foi o responsável pelo Prêmio Nobel de Literatura que Mann conquistou anos depois. Como o próprio subtítulo diz, é a história da decadência de uma família, a qual acompanhamos por mais de 40 anos. Como esse é o primeiro romance do autor, o texto é um pouco menos complexo do que outros que já li dele, apesar de bastante rebuscado e de conter mensagens importantes nas entrelinhas que exigem a atenção do leitor. É um Mann, e Mann nunca é super simples mas sempre vale a pena.

Leia a resenha de Os Buddenbrook.

8. A Senhora de Wildfell Hall, Anne Brontë

Tinha que ter uma Brontë nessa lista, né?! E dessa vez é Anne, a mais injustiçada das irmãs, que normalmente é relegada ao papel de coadjuvante. Mas não se engane, ela é tão genial quanto Charlotte e Emilly. A prova disso é a história da mulher misteriosa que vai viver na propriedade de Wildfell Hall e encanta um bon vivant. O livro é narrado sob dois pontos de vista, o de Gilbert, através de cartas; e o de Helen, através de seu diário. Mais uma vez me vi totalmente imersa em uma trama de uma Brontë e só lamento o fato de faltar apenas um romance delas para ler.

Leia a resenha de A Senhora de Wildfell Hall.

9. O Vale do Medo, Sir Arthur Conan Doyle

No ano passado li todas as histórias de Sherlock Holmes, contos e romances, e O Vale do Medo tornou-se meu preferido! Ganhou até de Cão dos Baskerville, que era o caso de Holmes que eu mais gostava até então. Ele é dividido em duas partes: o presente, que narra a investigação do crime e é onde o detetive participa; e passado, quando os acontecimentos que levaram ao crime são explicados. A ambientação é feita tanto em Londres quanto nos EUA e o personagem que narra a segunda parte é muito bem construído, quase deixando Sherlock em segundo plano. Eu disse quase.

Leia a resenha de O Vale do Medo.

10. Contos Reunidos, Fiódor Dostoiévski

A antologia da Editora 34 traz 32 contos magistralmente escritos por Dostoiévski. Leio um livro do autor por ano e é impressionante como ele nunca decepciona. O tamanho das histórias varia bastante – ficam entre o conto e a novela -, mas todas nos proporcionam um mergulho para dentro de nós mesmos através da análise de consciência dos personagens. É um passeio incrível pela vasta produção do cânone russo, o qual terminamos completamente absorvidos e maravilhados por sua maestria.

Resenha em breve.